Gil Vicente


                 
                  Poeta e dramaturgo de origem portuguesa, Gil Vicente nasceu aproximadamente no ano de 1465 e morrera aproximadamente no ano de 1536. Suas obras mais famosas são: Auto da Barca do Inferno (1516), e Farsa de Inês Pereira (1523). Obras essas que marcaram a passagem da idade média para o renascimento nó século XVI.
                   
                  O auto da barca do inferno é iniciado em uma local onde ha duas barcas, uma que levará ao céu, comandada por um anjo e outra que lavará ao inferno, comandada pelo diabo. As pessoas que passarem por ali serão julgadas e condenadas ao seu destino conforme os seus atos praticados durante suas vidas na terra. As diversas personagens vão chegando uma após a outra e tentam a todo custo entrarem na barca do céu, utilizando de argumentos e artimanhas para enganar o diabo que está disposto a embarca-los a todo custo. Passam por ali, o fidalgo, o onzeneiro, o parvo, o sapateiro, o frade e sua amante, a Brisida Vaz, o judeu, o corregedor, o procurador, o enforcado e por fim os quatro cavaleiros que lutaram em prol da causa cristã nas cruzadas. Todos representam as instituições da época e papel exercido na sociedade e são julgadas conforme o viés e princípios cristãos da época.
                  
                    Na Farsa de Inês Pereira, Inês é uma moça bonita e solteira, que sempre está se queixando dos afazeres domésticos e busca no casamento uma forma de se livrar dessa vida. Ela idealiza um homem educado, cavalheiro e que fosse capaz de lhe dar uma vida boa. Certo dia, Lianor Vaz, uma casamenteira visita à casa de Inês para lhe dar a notícia de um pretendente, Pero Marques, que é um homem rico, porém, sem traquejos sociais, de imediato ela o rejeita, embora Pero seja um homem rico ele não tinha bons modos. Inês então decide contratar dois judeus casamenteiros, Latão e Vidal, que enfim lhe arranjam um casamento com Brás da Mata, escudeiro que de início lhe apresenta bons modos de forma que a moça se apaixonasse. Após o casamento, Brás impõe diversas restrições e a deixa trancada em casa, fazendo da vida dela um inferno, conforme o tempo passa, seu marido parte para a guerra e acaba morrendo covardemente. Pereira fica muito feliz com a morte do seu marido, então Lianor volta a lhe oferecer o casamento com Pero Marques e ela aceita.  Com a liberdade que seu novo marido lhe dava, ela parecia levar a vida que sempre sonhou, no entanto, chega a sua casa um Ermitão pedindo esmola, ela o reconhece como um antigo namorado, que supostamente só teria se tornado Ermitão por motivo do término com ela no passado, ele então lhe propõe um encontro, e ela aceita. Inês pede para seu marido que a levasse à ermida dizendo que iria por motivos religiosos, quando na verdade iria se encontrar com o Ermitão, Pero Marques a leva nas costas e ela vai cantando uma música alusiva a sua infidelidade .

                  Gil Vicente faz uma crítica e satiriza certos costumes da época. Ambas as obras tem um conceito muito parecido que é criticado por Vicente, e ainda se tornam muito atuais nos dias de hoje, que é o homem voltado a fé. Ainda existe muita futilidade no meio social, talvez até mais que na época. No Auto da Barca do Inferno, as diversas personagens que constituem a obra são tidas como instituições sociais e, assim como na sociedade atual ainda permanecem os mesmos maus costumes que Gil relatou em suas peças, assim como, a corrupção inserida no meio jurídico, o uso da lei para benefício próprio e, na Farsa de Inês Pereira, o casamento como meio de negócio e sustento. O autor satiriza e futiliza as ações expondo as personagens ao ridículo, como no caso do judeu que aparece nas duas obras se  utilizando de artimanhas e fazendo desuso da fé.                                                                                                                             



Resenhado pelo graduando: BOAZ MAURO SANTOS, do curso de licenciatura em letras, da Faculdade de Formação de Professores da Mata Sul – FAMASUL. E-mail: boaz.mauro@hotmail.com

Comentários

  1. Conhecido e tido como um dos grandes nomes da literatura portuguesa no seculo xvI,Gil Vicente, também ator,músico e escenador,pai do teatro português e através de suas obras vicentinas (o reflexo da mudanças da Idade média até o renascimento). Dentre suas obras,voltadas às situações vividas na época,que perduram até os dias atuais. O auto da barca do Inferno e A Farsa de Inês Pereira, trazem narrativas da época,onde em O Auto da Barca do Inferno,em um porto( mundo espiritual) existem duas navegações,que servem como espécie de julgamento quanto a vida terrestre. A barca conduzida pelo anjo,encaminhava alguns personagens ( alegóricos) personagens que representam alguns grupos sociais,os conduzem ao céu,ou seja,"o paraíso" já a embarcação,comandada pelo Diabo e seu ajudante,os conduz ao inferno. As personagens já teriam seus destinos traçados ali nas embarcações. Em (A Farsa de Inês Pereira) a narrativa trás a vida de uma jovem moça solteira,que busca no casamento,uma possibilidade de fuga de sua realidade eram os trabalhos domésticos na casa de sua mãe,o texto trás alguns personagens que apresentam e marcam encontros com pretendentes que tinham ou fingiam ter caráctristicas simpatizantes e idealizadas por ela. Casou-se, sofreu,ficou viúva,casou-se novamente agora desfrutando da vida que ela sempre sonhou... Reencontrou um amigo,que foi um antigo namorado,que entrou no mundo religioso,por não ter seu amor correspondido. Marcaram um encontro troca,e ela foi em nome de um evento religioso,sendo atravessada nas costas de seu esposo,na travessia de um rio,o de cantava músicas que exclamava sua infidelidade. O autor Gil Vicente,trás nas obras citadas,situações da época ,através de personagens que viviam de fato asquelas realidades,e tais práticas nos dias de hine ainda contecem.no meio religioso: O Auto da Barca do Inferno ; nos conflitos sociais: A Farsa de Inês Pereira.

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