BARTYRA SOARES: UMA VOZ CATENDENSE NA LITERATURA PERNAMBUCANA
BARTYRA
SOARES: UMA VOZ CATENDENSE NA LITERATURA PERNAMBUCANA
Por:
Boaz Mauro Santos, aluno da FAMASUL do curso de Letras II.
DADOS
BIOGRÁFICOS SOBRE A AUTORA
Maria
Bartyra Soares - nome literário Bartyra Soares-, nasceu no dia sete de junho de
1949, em Catende - PE. Foi batizada na Matriz de Sant'Ana, localizada no centro
da cidade. É a terceira e última filha do contista, já falecido, Pelópidas
Soares e da professora Teresinha Soares. São seus irmãos Maria Moêma Soares e
Irapoan José Soares, este último também já falecido.
Bartyra foi criada numa enorme casa, situada
na Rua José Soares, 142, com grandes salas e cômodos que se estendiam um após o
outro, de móveis escuros e quadros intrigantes.
Teve sua formação pedagógica no colégio Santa
Terezinha, tendo sido a aluna laureada da sua turma, pois, além de estudiosa,
tinha o hábito de estudar palavras nos dicionários.
Durante sua infância, participou de diversos
folguedos próprios de sua idade. Entre os que mais gostava era correr de
bicicleta. Também era assídua nos passeios, aos domingos, na feira livre no
largo de Sant'Ana , sem deixar de assistir às missas na Igreja Matriz.
Orgulha-se de ter nascido na cidade em que seus pais e irmãos também nasceram e
se criaram, sendo Catende o município acolhedor de seus avós.
Enquanto Bartyra Soares estudava e lia,
brincava, alheia aos morros à volta da cidade e ao fluir constante dos rios
Panelas e Piranji, por trás da Usina, não percebia que o tempo passava incessantemente.
Um dia, mudou-se para o Recife, precisamente
no ano de 1984. Foi acolhida e abraçada pelo mar e pontes recifenses, mas nunca
se esqueceu de Catende, cidade onde influenciada e orientada pelo seu pai,
detentor de vários prêmios literários e reconhecido como um grande ficcionista.
Tudo em relação aos seus primeiros passos no
mundo da literatura teve início de uma forma muito singular. Certo dia, seu pai
resolveu contar a ela e aos seus irmãos o que era poesia. Assim que concluiu,
Bartyra fez o seu primeiro poema, aos seis anos de idade, e que entusiasmou sua
mãe. Esse poema foi publicado no suplemento infantil do Diario de Pernambuco.
No Recife, diplomou-se em língua inglesa
cursando o Dynamic English Course, que lhe permitiria lecionar em escolas
secundárias e superiores. Entretanto, o caminho escolhido por ela foi o da
literatura.
Portadora de retinose pigmentar, doença
ocular rara, degenerativa que não tem cura, gradativamente foi diminuindo sua
acuidade visual, até que houve a perda total na fase adulta.
Entretanto,
a deficiência visual da escritora - poeta, ensaísta, articulista e contista, nunca
lhe impôs limites - detalhe que nunca foi pretexto para fazê-la desistir ou
desmotivar-se do seu caminho trilhado na literatura.
Em entrevista
concedida ao blog (Dona da Palavra), no dia nacional do escritor, ao relatar a
doença de que é portadora, destaca-se uma frase de suma importância: "A
deficiência visual nunca constituiu qualquer limite para mim".
A
POESIA DE BARTYRA SOARES
Seus
poemas estão sempre em processo de constante evolução. Seu primeiro livro,
intitulado "Enigma" segue a linha estético-filosófica do concretismo,
diferente do seu segundo, "Sombras Consolidadas" e de todos os que
vieram posteriormente. A poesia de Bartyra é confessional, intimista, telúrica,
sem, contudo, vez por outra, fugir de temas sociais, religiosos e mitológicos.
Vale ressaltar que Bartyra Soares foi a primeira escritora deficiente visual a
ingressar numa academia estadual de letras em todo o país, no seu caso
específico a Academia Pernambucana de Letras - APL, antes já tendo ingressado
na Academia de Artes e Letras do Nordeste - ALANE.
Com
grande mérito é detentora de vários prêmios literários conquistados em
Portugal, Peru, Rio de Janeiro e Recife, os quais elevam o nome de Catende -
cidade que nunca esquece.
Bartyra
está sempre buscando a inovação e se reinventando constantemente, como no livro
"Labirinto das Águas", quando fala sobre a mitologia, retratando-a de
forma atual, vindo à tona questões que fazem a humanidade refletir sobre a
existência. Segundo Bartyra,
"Labirinto das Águas" nasce de uma "enorme necessidade de
inovar, sempre".
Receptiva a qualquer tipo de manifestação literária, a poetisa nunca
escreveu nenhum romance, fato que pode ser mudado futuramente já que a poeta
deixa claro que tem como propósito um dia escrever, bem provável que isso venha
a acontecer, por sua constante evolução, sem que se afaste de nenhum gênero
literário.
OBRAS
PUBLICADAS
POESIA
1976 - Enigma, Ed.
Nordestal.
1980 - Sombras Consolidadas,
ED. Pirata.
1987 - No Rosto do Tempo,
Massapê-FUNDARP.
1987 - Da Permanência e da
Temporalidade. (Um Tempo de Catende), Ed. Bagaço.
1995 - Veredictos, Imprensa
Universitária UFPE Estrela em Trânsito, FUNDARPE - CEPE.
2004 - Arquitetura da Luz,
Baraúna.
2007 - Ciclo das Oferendas,
CEP.
2012 - Arquitetura dos
Sentidos-Eds. Novo Horizonte.
2017 - Recife em Tom Menor,
CEPE (Companhia Editorial de Pernambuco).
2018 - Labirinto das
Águas-Eds. Novo Horizonte.
CONTOS
1985 - O Primeiro Quadrante
(em parceria com três contistas), Assessoria Editorial do Nordeste.
2008 - Silêncio das Velas
Vivas, Eds. Novo Horizonte.
2015 - Inexatidão do Tempo,
Eds. Novo Horizonte.
Três Curvas & Outras
Reviravoltas - Eds. Novo Horizonte.
INÉDITOS
Fátima Quintas Ante a Chama
das Velas - ensaio.
Travessia da Solidão -
poesia.
PRÊMIOS
CONQUISTADOS
1980 - Premiada no Concurso
de contos promovido pelo Diário de Pernambuco. Conto "AZUL VERMELHO
VERDE".
1983 - Premiada no Concurso
Edson Régis de Poesia, Pen-Club do Brasil - Secção de Pernambuco. Poemas
"Omissão", "No Rosto do Tempo" e "Desafio".
1989 - Premiada no III
Concurso de Poesia Carlos Pena Filho, promoção da Nordestal Editora -
co-participação do Bar Savoy. Poemas "Recife em Tom Menor",
"Novamente Recife em Tom Menor" e "Ainda Recife em Tom
Menor".
1991 - conquista o Prêmio
Ladjane Bandeira de Poesia, promoção do Diário de Pernambuco. Livro
"Veredictos".
1992 - Medalha Classe Ouro
outorgada pela Prefeitura de Catende. Livro: "Da Permanência e da
Temporalidade" (Um Tempo de Catende).
1993 - Conquista 1º lugar em
Menção Honrosa no Concurso Literário Governo do Estado de Pernambuco -
FUNDARPE. Livro "ESTRELA EM TRÂNSITO".
1996 - Premiada no Concurso
Cuentos y Leyendas, promoção da ULAC, Lima, Peru. Conto: "LOS HILOS
VIVOS".
1998 - conquista o III
Concurso de Contos Um Livro É Um Amigo, ACAPO, Coimbra, Portugal. Conto:
"ESTRADAS DO MAR".
1999 - Premiada no concurso
Carlos Drummond de Andrade, promoção da União Brasileira de Escritores - UBE -
Rio de Janeiro, para obras publicadas. Livro "Estrela em Trânsito".
1999 - Premiada no IV
Concurso de Poesia Um Livro É Um Amigo, ACAPO, Coimbra, Portugal. Poema
"INACESSIBILIDADE" (OU POEMA DO ESPELHO SEM IMAGEM).
2000 - Premiada no V Concurso
Um Livro É Um Amigo, ACAPO, Coimbra, Portugal. Conto "Quando a Loucura
Nasceu".
2001 - Premiada no concurso
Prêmios Literários. Cidade do Recife, promoção da Fundação de Cultura Cidade do
Recife, subordinada à Prefeitura do Recife. Livro "Arquitetura da
LUZ".
2010 - Conquista o prêmio
Edmir Domingues de Poesia outorgado pela Academia Pernambucana de Letras (APL).
Livro: "Ciclo das Oferendas".
2011 - Conquista Medalha
Classe Prata no VII Concurso de Trovas da Academia de Letras e Artes de
Paranapuã - ALAP - RJ.
2011 - Conquista Medalha
Classe Prata no XXII Concurso de Poesia da Academia de Letras e Artes de
Paranapuã - ALAP - RJ. Poema: Apelo.
2012 - É agraciada com
Menção Honrosa pela Academia Pernambucana de Letras. Livro: "Arquitetura
dos Sentidos".
PARTICIPAÇÃO
EM ANTOLOGIAS
POESIA
1988 - Lauréis, Vol. III,
João Scortecci, João Scortecci Editora, São Paulo.
1989 - Lauréis, Vol. IV,
João Scortecci, João Scortecci Editora, São Paulo.
1996 – Poesia Viva do
Recife, Juareiz Correya, CEP, Recife.
1997 - Poésie du Brésil,
Lourdes Sarmento, Scabreux/chemins, Paris, França.
1998 - Mormaço e Sargaço (I
Antologia de Poetas Nordestinos e Contemporâneos), Benito Araújo - ED-micro,
Recife.
1999 - Poemas de Sal e Sol
(II Antologia de Poetas Nordestinos e Contemporâneos), Benito Araújo, ED-micro,
Recife.
2000 - Antologia de Poetas
Nordestinos - Ano 2000, Benito Araújo, ED-micro.
2000 - Águas dos Trópicos,
Beatriz Alcântara e Lourdes Sarmento, Secretaria da Cultura do Estado do Ceará
(SECULT), Ceará.
2002 - Corpo Lunar, Edileusa
da Rocha, Prefeitura do Recife.
2002 - Fauna e Flora nos
Trópicos, Beatriz Alcântara e Lourdes Sarmento, Secretária de Cultura e
Desporto do Estado do Ceará - Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais, Recife.
2003 - Os Rios e Seus
Poetas, Lourdes Nicácio e Silva, AGGRAF, Recife.
2004 - Retratos (A Poesia
Feminina Contemporânea de Pernambuco), Laura Areias e Elizabeth Siqueira,
FUNCULTURA - Secretaria do Governo do Estado de Pernambuco, Recife.
2005 - Pernambuco, Terra da
Poesia (Um Painel da Poesia Pernambucana dos Séculos XVI ao XXI), Antônio
Campos e Cláudia Cordeiro, Instituto Maximiano Campos (PE). Escrituras, São
Paulo (SP).
2007 - Antologia das Águas,
Lourdes Nicácio, Eds. Novo Horizonte, Recife.
2010 - Poemas a Mim
Oferecidos (homenagem a Geninha da Rosa Borges),
Lourdes Nicácio, Eds. Novo
Horizonte, Recife.
2010 - Pernambuco, Terra da
Poesia (2ª edição), Antônio Campos e Cláudia Cordeiro, CARPE DIEN, Ed.
Produzidas, Recife (PE).
2012 - Diamantes/III
(Literatura Brasileira) Gráfica Benthier - Passo Fundo-RS.
2000 - Antologia do Conto
Nordestino, Ano 2000, Benito Araújo, ED-micro/Recife.
2006 - Olhares (O Conto
Feminino Contemporâneo em Pernambuco), Elizabeth Siqueira e Laura Areias,
FUNCULTURA - Bagaço, Recife.
2006 - Cantos e Contos de
Natal, Laura Areias e Elizabeth Siqueira, Bagaço.
2007 - Panorâmica do Conto
em Pernambuco, Antônio Campos e Cyl Gallindo, São Paulo.
2010 - Um Livro É Um Amigo,
Ediliber, Coimbra, Portugal.
2010 - Panorâmica do Conto
em Pernambuco (2ª edição), Antônio Campos e Cyl Gallindo, Carper Diem, Ed.
Produzidas, Recife (PE).
2011 - Feliz Natal (Prosa e
Versos Natalinos) - Cássio Cavalcante e Telma Brilhante - Edições Culturais -
Recife (PE).
2012 - Olha pro Céu meu Amor
(Prosa e Verso) - Cássio Cavalcanti e Telma Brilhante - Edições Culturais -
Recife (PE).
2013 - Oh Quarta-Feira
Ingrata (Prosa e Verso) - Cássio Cavalcante e Telma Brilhante - Edições
Culturais - Recife (PE). Colabora com a revista literária Novo Horizonte
2013 - O escritor Lúcio
Ferreira publicou "Palavras sobre a Poesia e o livro Arquitetura dos
Sentidos", uma análise do seu livro, publicado em 2012.
2014 - Organizou com as
escritoras Lourdes Nicácio e Silva e Raphaela Nicácio a antologia Lendas do
Nordeste.
2017 - Somos + Vinte -
Raphaela Nicácio e Raimundo Gaspar - Edições Novo Horizonte.
ORATÓRIO DA PAIXÃO (Extenso
poema dramático escrito em parceria com a poetisa Maria do Carmo Barreto
Campello de Melo, merecendo encenação em vários locais do Recife e interior de
Pernambuco).
Principais
locais de representação
1
- Sob a direção de Geninha da Rosa Borges e Rubem Rocha Filho
1985 - Jardins da Academia
Pernambucana de Letras, Recife.
1988 - Centro de Mariápolis,
Igarassu.
1989 - Parque da Jaqueira,
Recife.
1990 - Praça de Casa Forte,
Recife.
1993 - Cidade de Carpina.
1995 - Praça do
Entroncamento, Recife.
2
- Sob a direção de Joarish Gomes Telles
1992 - Cidade de Palmares.
1993 - Cidade de Palmares.
1993 - Cidade de Catende
1999 - Centro de Treinamento
João XXIII, Palmares.
PUBLICAÇÕES
EM REVISTAS E JORNAIS
REVISTAS
Poesia, Nº 192 (Japão);
Academia Pernambucana de Letras - APL; Academia de Letras e Artes do Nordeste -
ALANE; Poesia e Crítica (DF); Poesia (ED.). NORDESTAL.
(Recife); Encontro (Gabinete
Português de Leitura de Pernambuco); Comunicar (Revista Sonora da Biblioteca
Pública de Vila Nova de Gaia, Portugal); Novo Horizonte.
(PE); Correio das Artes
(PB); Suplemento A Palavra (Academia Pernambucana de Letras).
JORNAIS
Diário de Pernambuco -
Jornal do Commercio (PE) - Jornal de Letras (RJ) -
Diário Popular (SP) - Ponto
de Encontro (PE) - Folha de Pernambuco - Diário do Nordest (CE) - Gazeta Nossa
(PE) - Contraponto (PB).
INCLUSÃO
EM DICIONÁRIOS, MONOGRAFIA, ENCICLOPÉDIA.
1987 - Série: Monografias
Municipais - Catende - Governo do Estado de Pernambuco - Secretaria do
Planejamento.
1993 - Dicionário
Biobibliográfico de Poetas Pernambucanos, Lamartine Morais, FUNDARPE, Recife.
1999 - Dicionário de
Folcloristas Brasileiros, Mário Souto Maior, Cultura e Editora, Recife.
2000 - Inteligência
Telúrica, José Rafael de Menezes, Idéia, João Pessoa.
2001 - Enciclopédia de
Literatura Brasileira, Afrânio Coutinho e J. Galante de Sousa, Ministério da
Cultura, São Paulo.
2002 - Dicionário Crítico de
Escritoras Brasileiras, Nelly Novaes Coelho, Escrituras, São Paulo.
2005 - Os Caminhos da
Palavra (Dicionário Gramatical), Lourdes Nicácio, Novo Horizonte, Recife.
2006 - Laudas de Louvação,
Vol. 2 (Prosa Variada de Ontem e de Hoje), Waldemar Lopes, Comunigraf, Recife.
2007 - Memória Histórica de
Catende, Eduardo Menezes, Êxodos Editora Ltda.
Alguns
poemas de BARTYRA SOARES retirados do livro "Estrela em Trânsito"
Pequena
cantiga de verão
Se é azul o teu nome
que cor nomearia o meu?
Contemplo o passar dolente
de minhas aquarelas mortas
pelos espelhos e vidraças
que me adivinham a
constatação.
Não me cabe a
responsabilidade
de
não possuir um pincel.
Vou à janela e permito
que a cor de teu nome
solfeje
na pauta de minha pele clara
a mais leve tatuagem de tua
cantiga.
.
Descaso
No instante preciso de
cuidar de mim
eu me abandono quando
poderia
dedilhar o silêncio da manhã
e dela recolher a serena
palpitação da luz.
Paradoxo
Uma canção de desamparo
caminha furtiva pelas
avenidas
que atravessam a noite
e deixa na minha insônia
a
imprevista rota de um sonho.
Estrela
em Trânsito
Deliberadamente por mim
passou
sem se deter. Talvez adiante
à beira das calçadas
repousou
ou á flor das folhas mortas
emprestando-lhes brilhos
reclinou-se.
Talvez chamuscou de luz
as águas inertes e correu
em busca das que levariam
ao mar. Os rios jamais se
perdem
quando lhes retiram as
rédeas
Talvez acendeu as copas
das árvores e pelos seus
troncos
nodosos desceu despejando-se
pela relva e alabastros.
Ou quem sabe sobre medusas
descansou?
Mas por mim deliberadamente
passou sem se deter
QUATRO
OPINIÕES DE ESCRITORES FAMOSOS SOBRE A AUTORA
Bartyra Soares, ao menos para mim, lembra o
mestre Ferreira Gullar. Pelo temperamento contido. Pela qualidade dos versos,
superiores. E muito por conta de um poema dele - Traduzir-se.
Porque Bartyra consegue ser todo mundo e
ninguém. É multidão, é estranheza, é solidão. E é também alguém que pesa,
pondera e delira.
Como se fosse, para sempre, razão e emoção.
Não mero acaso, talvez, posto ser filha do grande Pelópidas Soares. Dando-se
que, por insondáveis segredos tramados pelo destino, ela tem esse estranho dom
de enfeitiçar. Em palavras que, pela beleza, confundem, comovem e oprimem.
Como se os deuses tivessem tocado seu ombro e
a mandado seguir, nesse vasto e insensato mundo, semeando palavras.
Para
nosso bem. Até o fim dos tempos.
José
Paulo Cavalcanti Filho
"Bartyra
Soares está sempre acordada, sempre desperta, sempre lúcida. E lúcido é o que
luz, reluz, resplandece. Que o leitor não esqueça o seu recado: ela pede ao
leitor, pede a quem vem, pede a quem venha, que não venha escuro, que não venha
fechado, pois sua poesia é luminosa, risca-se em fósforo - brasa - e, então, se
acende: a poesia é ela e ela é Bartyra".
Marcus Accioly
"Os contos de Bartyra Soares estão
sempre cheios de tensão, lirismo e encantamento, o que os coloca entre os
melhores aqui produzidos. Até porque, a autora se filia à tradição de
escritores cujo ponto de vista está ligado à história. O que digo sempre: a
ficção sem uma boa história não se sustenta em pé. E a narrativa de Bartyra se
mantém em pé, sempre.
Sem dúvida, uma escritora de forte história e
atmosfera, na melhor tradição do conto universal".
Raimundo Carrero
"Eis-me diante dos contos de Bartyra
Soares. Toco em personagens que adquirem a identidade metafórica do ser, tão
bem delineada por uma autora capaz de perceber o menor detalhe da realidade:
abstrações, mimetismos, imagens de uma herança experienciada. há neles um forte
núcleo de humanização, gente que fala, que ama, que sofre, que se supera na
palavra escrita.
A construção das imagens desse livro esmerado
e encantatório não acontece à toa. Interessa a Bartyra Soares uma comunhão com
o outro, uma empatia que a faz presente nesse outro, um desvelo em tratar a sua
própria criação com o cuidado de quem escreve tocando em nervos.
Os contos de Bartyra Soares simbolizam a
síntese de uma humanidade em busca da origem e da finitude ontológica, o nascer
e o morrer no intervalo da criação. É o que se percebe na pena de uma poetisa
que se alonga na prosa".
Fátima
Quintas
REFERÊNCIAS:
BELTRÃO, Cecília. Escrever além dos limites - entrevista -
com Bartyra Soares. Recife, 25/07/2016. Disponível em: https://www.donadapalavra.com.br/single-post/2016/10/19/Escrever-al%C3%A9m-dos-limites---entrevista-com-Bartyra-Soares
SOARES, Bartyra.
Canto de Revelação. Revista Perfis Acadêmicos da Academia
Pernambucana de Letras - CEPE.
SOARES, Bartyra. Estrela em Trânsito - livro de poesia.
Recife: FUNDARPE - CEPE. - 84p. 2004.
NICACIO, Raphaela. Autossuperação. Recife: Jornal do
Commercio, 2016.
Disponível em: http://www.aplpe.org.br/apl-artigos-por-bartyra-soares/
VIANA, Hugo. Universo Confessional e Intimista.
Folha de Pernambuco, 2018.
SOARES, Bartyra. Labirinto das Águas. Recife. Eds. Novo Horizonte, 2018.
SOARES, Bartyra. Três
Curvas & Outras Reviravoltas. Recife. Eds. Novo
Horizonte, 2018.
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